Promovida pela Comissão de Cultura da Câmara do Rio, a Semana das Culturas Populares e Urbanas foi encerrada na noite desta sexta (11) com um debate público para discutir como Executivo e Legislativo podem impulsionar o setor na cidade. Representantes da Prefeitura, do governo estadual, do Ministério da Cultura e da sociedade civil se reuniram no Plenário do Palácio Pedro Ernesto para buscar soluções.
Além de debates públicos, a Semana das Culturas Urbanas e Populares também contou com a realização de atividades como rodas de conversa, oficinas de capacitação e exposição. O foco principal do evento foi ouvir os fazedores de cultura e enriquecer o debate sobre políticas públicas para o setor. Por meio de iniciativas baseadas no compartilhamento de conhecimentos, os agentes culturais da cidade ainda receberam orientações em relação às leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, que disponibilizam recursos para projetos culturais, além de dicas de estratégias de redes sociais para divulgação de obras artísticas.
O Presidente da Comissão, Edson Santos (PT), fez uma avaliação positiva sobre o evento. "A Câmara se abre para a população. Durante a semana, tivemos segmentos que não são tão olhados pelo parlamento, mas que a partir desta iniciativa passam a ver no legislativo um espaço de discussão de suas atividades e aspirações na cidade do Rio de Janeiro”, ressaltou o parlamentar.
O secretário de cultura da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Calero, falou sobre o papel de fomentar a cultura. "Nós não podemos esquecer o investimento e o papel da cultura na nossa identidade. Além do papel da cultura na economia, existe um valor social, moral, político que nos define enquanto povo e sociedade. Quando o Estado se coloca como um incentivador da Cultura, ele se torna um agente de estímulo da identidade do povo”, afirmou.
A vereadora Mônica Benício (Psol), Vice Presidente da Comissão de Cultura falou sobre a importância da Câmara nos debates sobre o tema. “A cultura tem um papel fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária, livre de preconceitos. Essa casa tem um papel fundamental, que é o de discutir com o executivo e ouvir as necessidades da sociedade civil e os movimentos para incentivar a cultura nos espaços da cidade”.
Edu Nascimento, secretário do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro, falou sobre mostrar a importância dos órgãos governamentais na área. “O Estado precisa garantir a cultura como direito. Além dos investimentos, é necessário mostrar o valor social da cultura, e isso se faz através do debate. É importante hoje existir diálogo entre os órgãos públicos para fortalecer ainda mais os meios de produção cultural. Estarmos presentes fazendo acontecer é muito importante e isso faz toda diferença”, pontuou.
O deputado federal Marcelo Queiroz (PP-RJ) também participou do debate.
Proteção Ambiental
Na parte da tarde, aconteceu no um debate público no Plenário com o tema "Áreas ou Meios de Proteção ao Ambiente Cultural: Horto, Paquetá, Caju, Santa Cruz e São Cristóvão". O encontro contou com a presença de moradores dessas regiões.
Para o vereador Edson Santos, o parlamento carioca precisa falar sobre questões de preservação da cultura dos bairros. “É fundamental falar sobre o ambiente cultural da cidade do Rio. Quando falamos sobre, nós trazemos à memória aquilo que somos, aquilo que nos formou enquanto sociedade. Isso ajuda a caracterizar a alma do carioca, que é diversa e plural”, afirmou o vereador.
O engenheiro José Lavrador, de Paquetá, afirmou que a Câmara é o ambiente certo para debater políticas de preservação e incentivo aos bairros da cidade.
“Paquetá acumulou um patrimônio muito rico ao longo dos anos. Muitas histórias, muita cultura, muita lenda. Estamos aqui hoje e entendemos que esse é o melhor espaço para discutir formas de preservar o bairro e fazer com que tudo que está presente possa se relacionar com a comunidade”, comentou.
Já o músico Emerson de Souza, morador do Horto, falou sobre a importância da preservação do patrimônio cultural da cidade.
“É preciso haver uma valorização das histórias de formação dos seus bairros. A história do Rio de Janeiro real vem dos bairros e das comunidades. Quando essas histórias são valorizadas, contadas e mostradas, principalmente em um espaço como a Câmara Municipal, a nossa vida e vivência são respeitadas”, frisou.