Há cem anos, no dia 1º de junho de 1922, nascia Abigail Izquierdo Ferreira, mais conhecida como Bibi Ferreira. Artista completa, com um currículo invejável, que abrangia as carreiras de apresentadora de televisão, atriz, cantora, compositora e diretora, a carioca foi homenageada na Câmara do Rio, por meio da Lei nº 6.812/2020, de autoria dos vereadores Cesar Maia (PSDB) e Carlo Caiado, que deu o nome de Bibi Ferreira à Cidade das Artes, localizada na Barra da Tijuca.
No último dia 9 de maio, por meio do Decreto nº 50.752/2022 da Prefeitura do Rio, que regulamentou a lei municipal, o equipamento cultural multiuso passou a se chamar "Cidade das Artes Bibi Ferreira". O centro cultural abriga um dos mais completos espaços para a apresentação de música, teatro, dança, artes plásticas, entre outras manifestações artísticas. Planejada pelo arquiteto francês Christian Portzamparc, a Cidade das Artes Bibi Ferreira possui a Grande Sala, o Teatro de Câmara, a sala Eletroacústica, as salas multiuso, galeria, as salas de ensaio, entre outros.
“Bibi teve uma vida que merece ser aplaudida de pé, devendo ser - e será - lembrada para sempre. É mais do que justo que seu nome fique marcado exatamente na denominação de um equipamento público artístico e versátil, como era Bibi Ferreira”, ressaltou o vereador Cesar Maia. Na sessão plenária do dia 18 de maio, o vereador Cesar Maia fez questão de ler um texto do empresário da artista, Nilson Raman, publicado no Correio da Manhã. “Lembro que fiquei muito feliz, em 2020, quando soube que havia sido aprovado um projeto de lei, por iniciativa dos vereadores Cesar Maia e Carlo Caiado, dando o nome da Bibi à Cidade das Artes. Agora, completando essa felicidade, quando nos aproximamos do centenário de nascimento de Bibi, no próximo dia 1º de junho, o prefeito Eduardo Paes sanciona e agora é lei: o equipamento cultural multiuso passa a se chamar Cidade das Artes Bibi Ferreira”, escreveu Raman.
A arte no sangue
Filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina argentina Aída Izquierdo, ainda na infância, Bibi Ferreira tornou-se a atriz mirim mais festejada do Rio de Janeiro. Entrou para o Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde permaneceu por longo tempo, até estrear na companhia do pai. Aos nove anos teve negada a matrícula no Colégio Sion, em Laranjeiras, por ser filha de um ator de teatro. Completou o curso secundário no Colégio Anglo-Americano, no Rio.
Bibi Ferreira levou seu talento e o nome da arte do Rio de Janeiro e do Brasil para diversos países do mundo, especialmente em Portugal. Ela é reconhecida como a maior diva das artes brasileira, tendo tido uma carreira marcada pelo sucesso, pela excelência técnica, pelo contato com o público e pela versatilidade.
Em 1983, recebeu os prêmios Mambembe e Molière por sua atuação em “Piaf, a Vida de uma Estrela da Canção”. Vinte anos depois, foi homenageada na Marquês de Sapucaí, como enredo da escola de samba Unidos do Viradouro.
A artista faleceu em fevereiro de 2019, aos 96 anos, vítima de uma parada cardíaca.