A Lei 7.224/2022 completou dois anos no último dia 6 de janeiro. A norma municipal institui a política de incentivo à doação de sangue, medula óssea, órgãos, tecidos e partes do corpo humano na cidade do Rio. De acordo com os autores, o vereador licenciado Alexandre Isquierdo e o vereador Dr. Gilberto (SDD), o objetivo é estimular e promover as doações para fins terapêuticos e científicos. “A meta é informar e conscientizar a população, aumentando o número de doadores e receptores. Essa ação pode salvar vidas e mudar o destino de quem precisa”, apontou Isquierdo.
Como forma de incentivo, dentre outras medidas, a lei define que instituições de saúde devem treinar profissionais para estimular pacientes e seus familiares a doarem, além de garantir abono de falta ao servidor público no dia em que fizer a doação, mediante atestado oficial no prazo máximo de três dias úteis. A norma determina ainda que todas as instituições de saúde ligadas à doação de sangue devem manter os seus cadastros atualizados de doadores e recebedores, sob pena de multa.
Doadora de um rim, a terapeuta ayurveda e cozinheira Sônia Maria de Noronha Lima fala sobre o ato de doar um órgão. “Depois que fiz a doação, continuei a minha vida normalmente, sem nenhum problema. Gosto de ter uma vida saudável e, para realizar a doação, foi necessário passar por todos os exames, estudar sobre o assunto, me preparar psicologicamente e receber um bom atendimento. Durante minhas pesquisas, constatei que poderia continuar vivendo normalmente, mesmo após doar um rim, e fiz essa opção”, explica.
Para Sônia, que doou o rim para o pai de sua filha mais velha, doar é um ato de amor ao próximo. “Salvar vidas e proporcionar nova esperança é uma coisa muito linda de se fazer. Para a pessoa que recebe um órgão, representa uma nova esperança, e para quem doa é um ato de amor ao próximo”.
Câmara Municipal na luta pela vida
Para incentivar a doação e contribuir para o aumento dos estoques de sangue na cidade, a Câmara do Rio, nos últimos três anos, firmou uma parceria com o Hemorio para a realização de uma campanha nos corredores do Palácio Pedro Ernesto, sede da Casa Legislativa. Ao todo, foram coletadas 231 bolsas de sangue, o suficiente para salvar até 924 vidas.
Muitos cidadãos aproveitam a estrutura que é montada anualmente na Câmara do Rio para fazer suas doações. “Trabalho perto da Câmara, vejo a mobilização e aproveito a oportunidade, já que para mim fica mais difícil ir até o Hemocentro, pois os atropelos da vida acabam adiando a ação de doar”, explicou a administradora Lucia Escafura.
O jornalista Pedro Henrique Soares também falou da infraestrutura montada na sede legislativa. “É uma região central, muito arterial, com uma circulação enorme de pessoas. Com uma vida tão corrida, facilita muito a doação”, afirmou.
Presidente do Poder Legislativo municipal, o vereador Carlo Caiado (PSD) celebrou a união entre as entidades em prol da vida. “A Câmara Municipal é uma referência, a casa do povo. Sempre estamos buscando fazer o que é o certo e ajudar a população”, pontuou.
Já o vereador Rafael Aloisio Freitas (Cidadania), 1º secretário da Câmara do Rio, destacou a importância da iniciativa. “É um gesto muito importante que salva vidas. A Câmara tem que ser protagonista nesse processo tão relevante para a cidade do Rio. Estamos junto ao Hemorio e sempre à disposição da população”, concluiu.
Seguindo o exemplo da família, a vereadora Monica Benicio (PSOL) é doadora de sangue desde a sua juventude. “É uma ação muito significativa para estimular a população carioca a doar, o que é necessário para os bancos de sangue dos hospitais. Esse é um compromisso com o bem viver da sociedade. Sempre que posso eu faço a minha doação”.