A Câmara do Rio abriu as portas do Salão Nobre nesta segunda-feira (11) para um encontro do Café das Fortes, grupo de acolhimento que reúne mães e familiares de pessoas assassinadas por agentes do Estado na luta por reparação. Idealizadora da iniciativa, a vereadora Mônica Cunha (PSOL), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, explica que o projeto proporciona o apoio mútuo entre os participantes por meio do compartilhamento de suas histórias. “O movimento tem como objetivo nos fortalecermos entre a gente e chamarmos outras pessoas que não sofreram na carne o que sofremos, mas que se sensibilizam com a nossa dor”, pontua a parlamentar, que é mãe do jovem Rafael da Silva Cunha, morto aos 20 anos, em 2006.
Criado por Cunha dez anos após o assassinato de seu filho, o programa é um desdobramento do Movimento Moleque, organização de mães de crianças vítimas do abuso de autoridade policial, que também tem a parlamentar como uma das co-fundadoras. “Conversei com a minha parceira da comissão, a presidente Teresa Bergher (Cidadania), que gostou da ideia, e juntas trouxemos o Café das Fortes para esta Casa”, conta.
Para a vereadora, trazer o projeto para o parlamento é acolher as pessoas que perderam os seus familiares para a violência da cidade. “Aqui é uma Casa de Leis, e estamos em busca da justiça a todo momento. Estar aqui significa memória, justiça e reparação. Esta Casa também é nossa”.
Presente no encontro, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, Dani Monteiro, falou sobre a importância da iniciativa, sobretudo para o futuro. “Com a nossa força, manifestação e resistência, lutamos para que a violência contra pessoas periféricas não cresça ainda mais. Isso depende do apoio de todos nós. Precisamos nos comprometer para que outros também não se tornem estatística”.
Também participaram do encontro a secretária-adjunta da OAB/RJ Mônica Alexandre Santos, e os movimentos sociais Mãe de Manguinhos, Mães da Maré, Movimento Moleque , Mães do Chapadão (mães sem fronteiras), Mães da Baixada, Mães do Jacarezinho , Casa de Resistência Lésbica da Maré, Rede de Mães e Familiares e o Movimento “Cadê o Amarildo?”.