Com o objetivo de ampliar a discussão sobre saúde animal no município e acompanhar o desenvolvimento do futuro Hospital Veterinário Municipal, a Comissão Especial da Câmara do Rio que discute políticas de saúde animal promoveu, nesta sexta feira (20), um debate público em parceria com a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais. Entre os presentes, além do presidente da comissão Dr Marcos Paulo (PSOL), e o relator, vereador Luiz Ramos Filho (PMN), estavam o Secretário Vinícius Cordeiro, a Coordenadora de vigilância sanitária de zoonoses da Prefeitura, Kemle Miranda, e as veterinárias Dra Flavia Uchoa e Dra Patrícia Nunes de Souza, além de protetores de animais.
“A gente quer realmente que as políticas funcionem e que os animais aqui no município do rio sejam bem tratados como merecem, já passou da hora de termos um hospital público totalmente gratuito e que tenha emergência, internação e funcione 24 horas” cobrou o presidente da comissão.
O debate foi direcionado em duas frentes, abordando principalmente o andamento da construção do Hospital Veterinário Municipal. O Secretário Vinícius Cordeiro afirmou que a implementação da unidade está em andamento: “Já iniciamos as duas licitações, e temos como executor das obras a Riourbe, a próxima fase será a construção do hospital, e está previsto para ser entregue até dezembro deste ano.”
Segundo Cordeiro, o hospital será construído no bairro de Irajá, escolhido pela fácil mobilidade de acesso e alta demanda da região.“Hoje a gente só faz atendimento clínico básico, então se formos remeter à saúde humana, só teríamos postinho e upa”, destacou o secretário.
Além da entrega do hospital dentro do prazo, os participantes do debate destacaram outros pontos importantes para garantir o atendimento, como a garantia do financiamento da futura unidade. “A gente sabe que o tipo de atendimento e procedimento de alta complexidade que esse hospital está se propondo a oferecer para o público demandam um investimento alto, não só para implantação como para manutenção”, lembrou. “Se vermos o que acontece na saúde pública humana, percebemos que faltam recursos para manter os hospitais, será que vão haver recursos para a manutenção do hospital veterinário?", completou.
Castrações e atendimentos
Durante o resto do debate, outro ponto abordado foi a precariedade do atual atendimento das clínicas veterinárias públicas. “Sobre a quantidade de castrações e atendimentos, nós sabemos que por uma questão de contratação de médicos veterinários, não há atendimento de uma forma uniforme gratuito e de segunda a sexta” comentou o vereador Luiz Ramos Filho.
O secretário iniciou sua resposta afirmando que o investimento em sua secretaria caiu de 9 milhões de reais em 2015, para 5 milhões em 2021, e culpa a falta de recursos pela precarização de serviços. Vinícius garantiu a contratação de 44 funcionários veterinários na primeira semana de junho, a reabertura do posto localizado em Bangu, e a construção de mais dois postos de atendimento, somando 12 postos ativos em seis meses. Outra ação que será viabilizada pela contratação de profissionais, segundo o secretário, será uma carga horária de atendimento estendida, com profissionais disponíveis não só nos horários já existentes como também a criação de um turno vespertino aos finais de semana.
Representantes da sociedade civil fizeram algumas perguntas ao final, e o tema do resgate de animais feridos e em vias públicas foi abordado. Protetores independentes, voluntários de ONGs e profissionais de clínicas privadas pediram fala e afirmaram que o município não dá o devido respaldo aos seus trabalhos. Segundo eles, o alto custo de clínicas particulares inviabiliza o trato voluntário de animais encontrados em situação precária na rua, além de sobrecarregar postos que não atendem à demanda. O secretário Vinicius propôs uma parceria para melhorar o trato com animais de grande porte encontrados pela cidade e o desenvolvimento do serviço de atendimento aos feridos.