Revitalização Rio Antigo

Uma das obras mais importantes impulsionadas pelos Jogos Olímpicos Rio 2016 é a revitalização da Zona Portuária. O projeto de reurbanização da principal porta de entrada de produtos e escravos no Brasil durante o século XIX, por anos abandonada sob as sombras do Elevado da Perimetral, promove uma nova dinâmica de mobilidade na região, além de revelar verdadeiros tesouros históricos e arquitetônicos da Cidade Maravilhosa.

Tudo começou em 2009, quando a Câmara Municipal aprovou mudanças no Plano Diretor da cidade e instituiu a Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio (OUC do Porto) , que permitiu à Prefeitura aumentar o potencial de construção dos imóveis, atraindo interessados em comercializar Certificados de Potencial Adicional Construtivo (CEPACs) para edificações na região. A partir de então, a construção de museus, prédios residenciais e comerciais, bem como investimentos na criação de faixas para bicicletas, corredores de ônibus e o sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) recuperaram o potencial turístico e econômico do local, consolidando um legado para as futuras gerações.

Com prazo de 15 anos para sua conclusão e custo total estimado em R$ 8 bilhões, a revitalização do Porto vai proporcionar o repovoamento da área portuária, atingindo 100 mil habitantes em 10 anos; o aumento da área verde, de 2,46% para 10,96%; o incremento de 50% na capacidade de tráfego; a redução da poluição sonora e do ar; o aumento da permeabilidade do solo e a melhoria na qualidade e na oferta de serviços públicos à população.

Ao todo serão reurbanizados mais de cinco milhões de metros quadrados, 70 quilômetros de vias, reconstruídos 700 quilômetros de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto, iluminação, drenagem e telecomunicações), a implementação de 17 quilômetros de ciclovias bem como o plantio de 15 mil árvores.

Dos Jardins do Valongo ao Cais da Imperatriz, passando pela Pedra do Sal, Museu de Arte do Rio (MAR) e o inovador Museu do Amanhã, a revitalização da área é um convite ao mergulho na história do Rio. Aliás, não só do Rio, mas do Brasil e de toda a humanidade. (Lei Complementar 101/2009).

Praça Mauá

A Praça Mauá marca o início da Avenida Rio Branco e também da Região Portuária. A partir de 1910, com a inauguração do Porto do Rio, foi um importante ponto de recepção dos navios que traziam mercadorias e turistas à cidade. No seu entorno há importantes construções, como o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã, além do edifício do antigo jornal A Noite, primeiro arranha-céu da cidade, construído em 1930.

Pier Maúá

Com 1.050 metros de extensão, o Porto do Rio de Janeiro é onde ficam ancorados os navios de carga e os de cruzeiro. Seus armazéns servem de palco para festas, shows e grandes eventos do calendário oficial da cidade, como a Feira de Arte Internacional ArtRio, o Festival do Rio e a Semana de Moda.

Orla Conde

A Orla da Guanabara Prefeito Luiz Paulo Conde é um passeio público com 3,5 km de extensão, que liga o Armazém 8 do Cais do Porto à Praça da Misericórdia, onde está instalado o Museu Histórico Nacional. Passear pela Orla Conde é a oportunidade de enxergar um novo ângulo da cidade.

Museu de Arte do Rio

Inaugurado em março de 2013, o MAR está instalado em duas construções com estilos heterogêneos, porém interligados. O antigo palacete de D. João VI se une a uma edificação modernista. O primeiro prédio abriga as salas de exposições, que recebem mostras nacionais e internacionais de assuntos do passado e do presente. Já no segundo, funciona a Escola do Olhar, que desenvolve programas acadêmicos sobre arte, cultura e educação.

Museu do Amanhã

Novo ícone da Região Portuária, o Museu do Amanhã explora possibilidades de construção do futuro. Projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava sobre a Baía de Guanabara, o Museu do Amanhã conjuga o rigor da ciência e a linguagem expressiva da arte, tendo a tecnologia como suporte. O espaço examina o passado, apresenta tendências do presente e explora cenários possíveis para os próximos 50 anos, a partir das perspectivas da sustentabilidade e da convivência.

Museu Itinerante

O Museu Itinerante “Se Prepara Brasil” estará levando um pouco da história dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos pelo país, a bordo de duas carretas que percorrerão 45 cidades em cinco meses, em mais de 30 mil km de estrada. O destino final é o Bulevar Olímpico no Rio de Janeiro, e quem estiver na Zona Portuária ou em Madureira poderá visitar a exposição gratuita com peças de acervo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), The Olympic Museum e Rio 2016.

Encontro de Carnavais

Na altura da Praça XV ficará o “Palco Tendências” que, além da transmissão oficial dos jogos em telões e shows diários, será o ponto do “Encontro de Carnavais”, projeto que vai reunir o melhor do Carnaval do Rio de Janeiro.

O projeto “Encontro de Carnavais” vai reunir a tradição das escolas de samba e a diversidade dos blocos. Com direção musical de Pretinho da Serrinha e consultoria artística do jornalista Aydano Andre Motta, será um programa imperdível para turistas e moradores. O calendário inclui os encontros de Mangueira e Monobloco, São Clemente e Suvaco de Cristo, Portela e Cordão do Bola Preta, Beija Flor e Simpatia é Quase Amor, entre outros.

Mural Etnias

Concorrendo como o maior painel grafitado do mundo, o mais novo ponto turístico do Rio de Janeiro foi inspirado nos aros olímpicos que representam os cinco continentes e recebeu o nome de “Etnias”. Localizado na Gamboa, o painel de 2.500 m² é assinado pelo muralista Eduardo Kobra, que tem trabalhos espalhados por mais de 20 países, como Inglaterra, França, Estados Unidos, Rússia, Grécia, Itália, Suécia e Polônia.

Casa Brasil

Espaço de promoção do Brasil e referência do Governo Federal durante a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, a Casa Brasil tem o objetivo de fortalecer a imagem do país em todo o seu potencial turístico, cultural, esportivo e de negócios. Turistas terão a chance de entender a cultura local, com oficina de preparação de café e degustações de chocolate, cachaça e vinho. A Casa Brasil vai ter também simuladores de realidade virtual e esportes para crianças. O país tem uma das maiores casas temáticas dos Jogos, em dois armazéns de 1.750 metros quadrados e 3.500 metros quadrados no Pier Mauá, na Zona Portuária.

Espaço Rio de Janeiro

Situado em pleno Bulevar Olímpico, na Orla Prefeito Luiz Paulo Conde, o Espaço Rio de Janeiro está localizado em um imponente prédio histórico, com mais de sete mil metros quadrados, em dois andares, apto a receber o público em uma inédita experiência de visitação.

O primeiro pavimento do Espaço Rio de Janeiro será aberto ao público, que poderá encontrar um vasto panorama do turismo e da cultura no Estado do Rio de Janeiro, além de atividades de parceiros e patrocinadores do evento. O segundo piso é reservado para convidados especiais, como investidores, empresários, executivos, autoridades governamentais e consulares, que terão acesso às oportunidades de investimentos e negócios que o Estado oferece em suas diversas regiões econômicas e industriais. Estão previstas mais de 100 horas de conteúdo negocial, nas palestras e seminários já programados para o evento.

Cais do Valongo

O Cais do Valongo é um sítio arqueológico dos vestígios do antigo cais de pedra construído pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro para o desembarque de africanos escravizados a partir de 1811. O objetivo era retirar da Rua Direita, atual Primeiro de Março, o desembarque e o comércio de africanos escravizados. Assim, o Valongo se tornou a principal porta de entrada do País. Os escravos acabavam nas plantações de café, fumo e açúcar do interior e de outras regiões do Brasil. Os que ficavam geralmente terminavam como escravos domésticos ou usados como força de trabalho nas obras públicas. A vinda da família real portuguesa para o Brasil e a intensificação da cafeicultura ampliaram consideravelmente o tráfico.

Um século depois, em 2011, as obras de reurbanização na região permitiram o resgate do sítio arqueológico. Em 2012, a Prefeitura do Rio de Janeiro acatou a sugestão do Movimento em Defesa do Direito do Negro e transformou o espaço em monumento preservado e aberto à visitação pública. O Cais do Valongo passou a integrar o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na Região Portuária, ao lado do Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.

Centro Cultural José Bonifácio

O Centro Cultural José Bonifácio é um dos seis pontos do Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana. Com 2.356 m², três pavimentos e 18 salas com usos diversificados, o novo centro reabriu em 20 de novembro de 2013, após obras de restauração.

Galpões da Gamboa

Aos pés do Morro da Providência e vizinhos à Cidade do Samba, os Galpões da Gamboa já foram marcos da riqueza do Ciclo do Café. Desativado após quatro décadas, o espaço de 18 mil metros quadrados (os dois galpões e um pátio central) foi restaurado pelo programa Porto Maravilha Cultural, e oferece estrutura para manifestações e eventos culturais na Região Portuária.

Pedra do Sal

A Pedra do Sal, no Morro da Conceição, faz parte da região conhecida historicamente por Pequena África, que se estendia do entorno da Praça Mauá até a Cidade Nova. O lugar, bem próximo ao mar, servia como ponto de embarque e desembarque de sal, utilizado para fabricação de couro e conserva de carne. Nas festas em casas de escravos e em forrós, tocava-se o choro com flauta, cavaquinho e violão. No quintal, acontecia o samba rural, batido na palma da mão, no pandeiro, no prato-e-faca e dançado com sapateados, peneiradas e umbigadas. Foi ali que nasceu o samba urbano carioca, surgiram sambistas populares e antigos ranchos carnavalescos.

Memorial dos Pretos Novos

O antigo cemitério de escravos foi descoberto em 1996, quando os proprietários de uma casa na Rua Pedro Ernesto resolveram fazer uma reforma. Considerado o maior cemitério de escravos das Américas, ali eram enterrados os pretos novos, escravos recém-chegados da África que não aguentavam os maus tratos da viagem.

Igreja de São Francisco da Prainha

Uma das mais antigas do Rio de Janeiro, a Igreja de São Francisco da Prainha, no adro de São Francisco, na Saúde, foi construída em 1696 pelo Padre Francisco da Motta e doada em testamento para a Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, em 1704. A igreja é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como monumento artístico. O espaço está aberto a visitações de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h30 e das 13h às 16h.

Parque Machado de Assis

O Parque Machado de Assis, no Morro do Pinto, foi promovido à Vila Olímpica Parque Machado de Assis. Reurbanizado para a construção do terceiro maior reservatório de água da cidade e reinaugurado em 2013, o espaço passou à administração da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer em 2014.